Resumo: Um paciente sofre de asma desde 2009, fazendo de então para cá medicação diária apropriada para alívio dos sintomas. Com frequência tem crises de apneia do sono e limitações acentuadas em actividades físicas. Fez 9 sessões de Cura e à 4ª sessão esses sintomas tinham sido revertidos de forma considerável. Sentindo-se bem deixou de fazer as nebulizações diárias, o que foi posteriormente validado pela sua médica assistente. Mas outras transformações ocorreram: a melhoria da sua condição de saúde, dos seus relacionamentos e os novos objectivos e projectos que passou a ter trouxeram-lhe uma vida renovada.
Introdução
Daniel (nome fictício), 56 anos, foi vítima de maus tratos por parte do pai na infância e adolescência. Declara que aos 10 anos teve o desejo de morrer e nessa altura interrogava-se: – Porque nasci eu? Tem antecedentes de alcoolismo, tabagismo e dependência do jogo, problemas que conseguiu ultrapassar após uma grave crise pulmonar. Tem uma expressão triste, corpo curvado, a cabeça baixa e fala pouco. Apresenta uma atitude de falta de confiança e baixa auto-estima. O sorriso é forçado, sem correspondência com o olhar. Foi internado de urgência em 2009 com dor trácica aguda e insuficiência respiratória. O tratamento hospitalar incidiu sobre uma infecção pulmonar e asma. Ao fim de 8 dias saiu do hospital com diagnóstico e asma com nível de gravidade máxima, grau 4  – asma persistente grave – de acordo com os critérios do Manual de Boas Práticas na Asma da Direcção Geral de Saúde (2001). 
1. O processo de cura
Daniel deu início às sessões Cura em 29/04/2013, tendo realizado 9 sessões, com algumas falhas em termos da desejável regularidade. No momento da primeira sessão apresenta sinais de obstrução da garganta, o que lhe afecta o timbre da voz e obriga a interromper a fala com frequência, pela necessidade de pigarrear, tossir e expelir as secreções.
Faz a seguinte medicação: i) nebulização com aplicação de máscara sobre a região da boca e nariz, uma vez por dia; ii) inalação pela boca, uma vez por dia, de um pó com acção de curta duração. Este quadro terapêutico, que se prolonga desde há cerca de 4 anos, corresponde ao grau 3 de gravidade – asma persistente moderada. Tem consulta médica de 6 em 6 meses.
No final da 1ª sessão de cura com o código do Perdão (29/04/2013), declarou emocionado que a sessão lhe tinha feito muito bem: – Sinto-me mais leve, saiu um peso de cima de mim, disse. Uma semana depois, no início da 2ª sessão referiu que andava menos ansioso. Quando evocadas as experiências negativas com o seu pai, declarou com ênfase: “– Oh isso já não é problema. Eu estou bem, que Deus lhe perdoe que eu já o perdoei. Eu também não era fácil…” O nível de stress emocional sobre essa situação baixou de 7 para 1.
No início da 3ª sessão (13/05/2013) revelou uma clara mudança de atitude. Começou a falar com desenvoltura:
– Olhe apareceu-me lá no estabelecimento um sujeito que me vinha pregar mais um calote. Eu puxei do bloco-notas e disse-lhe  ‘olha vês o que estás a dever?, quando pagares o que deves eu faço-te esse serviço’. Já ia pr’ó 3º calote…
Perguntei-lhe como se sentia com essa atitude:
– Ah, eu antes baixava a cabeça, agora sou eu que ando com a cabeça levantada. A gente tem a preocupação de segurar os clientes e eles abusam. Não vale a pena ter clientes que não pagam. Agora sou mais frontal, falo mais com as pessoas, digo o que tenho a dizer e ando bem-disposto.
Pergunto-lhe como vai a respiração:
– Respiro melhor. Eu às vezes acordava aflito, durante a noite, sem poder respirar, e tinha que me levantar[iii]. Agora durmo até de manhã e acordo bem-disposto. Do catarro estou melhor…Eu precisava tossir duas ou três vezes para limpar a garganta, agora basta uma tossidela e já fico bem.
Entre a 3ª para a 4ª sessão (27/05/2013) decorreram 15 dias. O Daniel continua a respirar bem, sem sintomas de asma, e diz que começou a esquecer-se de fazer a nebulização diária da noite. E acrescenta:
– Eu sinto-me bem, durmo bem… deixei de fazer nebulização. Só faço a aspiração do pó.
Pergunto-lhe se o clima familiar está diferente:
– Tenho mais vontade de falar em casa. As coisas com a minha mulher vão melhor. Com as minhas filhas, sabe como é… a juventude pensa que sabe tudo. Estive com o meu filho[iv] e já estamos mais pai e filho. Tenho mais vontade p’rá vida, mais objectivos…
Na 5ª sessão refere que nessa semana fez o trabalho de cura com os códigos apenas duas vezes. Alerto-o para o facto de ser insuficiente, mas continua a sublinhar melhoras crescentes na função respiratória, noites bem dormidas e um acordar com boa disposição e energia.
E acrescenta:
-Tenho projectos e objectivos na cabeça. Tenho mais vontade e garra para fazer as coisas. Sinto alegria. No ginásio tenho mais força a fazer os exercícios, aguento mais tempo sem me cansar e nos exercícios de equilíbrio estou bastante melhor.
Decorreram 15 dias até à 6ª sessão. Nesse intervalo, na consulta de controlo semestral, a médica disse com surpresa que o exame clínico revelava uma função respiratória “muito melhor”, e concordou que a nebulização diária era dispensável. O exame de raio X veio posteriormente corroborar este diagnóstico.
Daniel resume o seu estado nestes termos:
– A respiração está maravilha. Estou cada vez melhor, melhor…Não acordo para respirar, não tenho tosse nem expectoração. No ginásio faço esforços e corrida e a respiração é normal. Em casa toda a gente vê que sou outra pessoa.
Este quadro corresponde a um estado mais favorável do que o nível menos grave de asma, grau 1, – asma intermitente.
Daniel fez mais três sessões. Na 8ª sessão (1/7/2013) diz com um grande sorriso de satisfação:
– Comprei uma casa nova. Já andava a pensar nisso mas não era para já. Este tratamento deu-me alegria e vontade de fazer mudanças na vida. O negócio está a correr bem. O homem da casa apresentou-me as condições… Eu fui p’ra casa pensar e achei que havia um pormenor na forma de pagamento que me dava mais jeito ser doutra maneira. Olhe, pus os pés a caminho e fiz a proposta e o homem aceitou. Foi maravilha.
2. Avaliação
No passado dia 9/10/2013, cerca de 2,5 meses após a última sessão (29/7/2013), o Daniel veio a uma sessão de avaliação. Quando lhe pergunto como está ele devolve-me a pergunta: 
-Não se vê logo? Estou muito bem. 
E acrescenta:
– Ando direito e olho pr’á frente…Há cá dentro uma sensação muito boa. Até a falar se nota diferença, falo muito mais agora, as palavras saem-me sem eu ter que fazer esforço. No ginásio tenho mais força, resistência e equilíbrio. Já ando de bicicleta vários quilómetros sem me cansar.
De facto a postura do Daniel tem um outro tónus de vitalidade. A cabeça está direita, a expressão do rosto é alegre, o olhar é confiante e firme. A fala é fluente, a voz tem mais vigor, o timbre sai límpido. Tem uma perspectiva renovada sobre as experiências e acontecimentos do passado.Diz ainda que a sua vida sexual “está muito melhor”[v]. Está sem fazer nebulizações há 5 meses.
 
3. Conclusões
Este paciente não é de todo um caso exemplar, quer em termos da sua disponibilidade para a regularidade das sessões – as sessões decorreram ao longo de 3 meses -, quer em termos de autodisciplina no trabalho autónomo de cura. Todavia isso não foi impeditivo da consecução de excelentes resultados que poderiam ter sido obtidos num tempo mais curto.
3.1. Do perdão à mudança de crenças e de conduta de âmbito profissional
Confirma-se a tendência de que ocorrem significativas melhorias na pessoa ao fim de apenas uma semana de aplicação dos códigos. Essas melhorias iniciais incidem nos planos espiritual e emocional. Neste caso são de assinalar a redução dos níveis de ansiedade e a supressão do sentimento de mágoa, face ao pai, para dar lugar à paz interior que é induzida pelo processo do perdão.
O paciente toma consciência dessas mudanças e reconhece que elas valem por si mesmas, sem se preocupar com a doença física que motivou a procura de ajuda. Estamos perante um padrão verificável em todos os pacientes que temos tido:
o primeiro benefício que as sessões de cura aportam ao paciente é desfocar a sua mente da doença, dando-se início a uma outra forma de vida caracterizada por um novo olhar em que o negativismo e a vitimização[vi] deixam de ter lugar.
E então essa nova perspectiva, em desenvolvimento, gera mudanças ao nível das crenças negativas, bem como das acções e hábitos delas decorrentes. Daí a rejeição da crença de que vale a pena preservar clientes que são maus pagadores dos serviços prestados.
Essa era uma crença negativa porque levava a pessoa:
i) a ser submissa perante pessoas que abusavam da sua confiança;
ii) a alimentar uma situação que a prejudicava financeiramente;
iii) a impor a si própria uma conduta profissional, a contragosto, geradora de stress em vez de ser algo que a fizesse sentir-se bem consigo própria.
Certas pessoas por vezes argumentam que mudanças de conduta desta natureza podem resultar de uma conversa, com um amigo ou familiar, que o fizesse “ver o seu erro”. Jamais poderia ser a mesma coisa, pois não seria uma consequência do abandono de uma crença errada. A crença continuaria lá, a lutar contra a decisão de recusar um novo serviço a quem já estava em dívida, criando dúvidas e insegurança quanto à decisão. Não seria uma decisão enraizada na sabedoria interior que diz ao sujeito, com inequívoca certeza, o que é melhor para si. Só a sabedoria interior que os Códigos de Cura fazem emergir, pode transformar uma postura defensiva numa postura pró-activa que incorpora uma forma renovada de se relacionar com os clientes: não apenas recusar o abuso, mas introduzir como armas do negócio ser mais interactivo, combinar o diálogo com a firmeza (sou mais frontal…sou mais aberto) e introduzir o bom-humor.
Esta transformação é sentida pelo paciente como muito importante na sua vida. É isso que explica o facto de ser a primeira coisa que refere no início da 3ª sessão, por sua própria iniciativa, antes mesmo de referir as melhorias ao nível da sua função respiratória. A veemência expressiva, tanto verbal como não-verbal, tem esse significado. Ah, eu antes baixava a cabeça, agora sou eu que ando com a cabeça levantada, é uma expressão vencedora, de conquista da confiança e da auto-estima. Estamos perante uma transformação que reflecte um processo de libertação das amarras interiores que o aprisionavam.
3.2.   A cura da asma como consequência da cura dos problemas espirituais e emocionais
O trabalho de cura com os códigos não incide nas doenças, físicas ou mentais, que motivam as pessoas a procurar ajuda. Nenhuma sessão teve como objectivo específico o tratamento da asma. O trabalho de cura foca-se nas imagens e memórias da experiência de vida das pessoas que carregam elevado stresse emocional. O terapeuta orienta o paciente a trazer à consciência essas imagens e memórias, cujo grau de stresse é medido pelo próprio paciente com recurso a uma escala.
É a cura desses problemas, do domínio das emoções e da espiritualidade, que vai induzir alterações fisiológicas no organismo (Lipton, 2008). Essas alterações fisiológicas correspondem ao processo de cura que, de acordo com o princípio da homeostasia, se orienta na direcção dos órgãos e funções em que as células apresentam padrões energéticos destrutivos, convertendo-os em padrões energéticos saudáveis.
As consequências visíveis desse processo surgem depois de um tempo relativamente curto, como demonstra o facto de após a 3ª sessão – 15 dias após o início do tratamento -, o paciente dar testemunho de melhorias significativas dos sintomas de asma: respira melhor, deixou de ter crises de apneia do sono durante a noite, tosse menos e acorda bem-disposto depois de noites bem dormidas. Na 4ª sessão já deixou de fazer a nebulização diária e no ginásio há melhorias relevantes de desempenho nas actividades físicas. À 6ª sessão apresenta um quadro de sintomas mais favorável do que o grau menos grave de asma, o grau 1, e a médica assistente validou a descontinuidade das nebulizações diárias. Este quadro continuou a ter progressos até à sessão de avaliação (3 meses após a última sessão), altura em que o Daniel já faz longos percursos de bicicleta  sem se cansar, e a sua fala se apresenta fluente e a voz com um timbre límpido.
3.3.    Melhores relacionamentos e uma vida renovada
Os relatos do Daniel demonstram uma notória elevação da sua confiança, auto-estima e alegria de viver. Disso são bem elucidativas expressões como: agora sou eu que ando com a cabeça levantada; sinto-me bem; sinto alegria; a respiração está maravilha; estou cada vez melhor, melhor; este tratamento deu-me alegria; ando direito e olho p’rá frente; há cá dentro uma sensação muito boa; foi maravilha.
Esses sentimentos e emoções, que passaram a ser um novo padrão na sua vida, vão-se reflectir em:
        i) melhoria dos seus relacionamentos familiares e no local de trabalho;
        ii) maior motivação e empenho nas actividades do quotidiano;
        iii) novos objectivos e projectos para a sua vida.
Em termos dos relacionamentos são de destacar a esposa e o filho. Uma experiência passada com o filho revelou-se ser a memória com o mais elevado stresse emocional ao longo de todo o percurso (9) – esse problema foi ultrapassado. Na 4ª sessão já essa situação estava em estado de cura avançado: …já estamos mais pai e filho. Outras expressões dão testemunho de melhorias dos relacionamentos: falo mais com as pessoas, sou mais aberto; tenho mais vontade p’ra falar em casa; as coisas com a minha mulher vão melhor; falo muito mais agora; as palavras saem-me sem ter que fazer esforço.
A maior motivação e empenho nas actividades do quotidiano estão patentes em declarações como: mais vontade p’rá vida; vontade e garra p´ra fazer as coisas.
Novos objectivos de vida são explicitados em termos de novos projectos e objectivos na cabeça e desejo de fazer mudanças na vida. Um aspecto importante, entre outros, de uma mudança desejada e concretizada, reside na compra de uma nova casa. Era um projecto que estava em mente, mas sem um horizonte próximo de concretização. Foi o novo olhar para vida, que em si foi despertado, que tornou esse objectivo tangível, próximo e exequível. A timidez e insegurança deram lugar à capacidade de iniciativa, confiança e destreza na negociação, tornando-se realidade as condições de pagamento pretendidas e o desejo de aquisição da nova casa: …pus os pés a caminho e fiz a proposta e o homem aceitou. Foi maravilha.
Este caso é particularmente elucidativo de que a acção benéfica dos Códigos de Cura se manifesta em três grandes domínios: saúde, relacionamentos e sucesso.
 
Referências
– Comissão de Coordenação do Programa da Asma (2001). Manual de Boas Práticas na Asma. Lisboa: DGS [http://www.dgs.pt/documentos-e-publicacoes/manual-de-boas-praticas-na-asma-pdf.aspx]
– Lipton, Bruce H. (2008). The Biology of Belief. Hay House Edition. USA.
 
Notas
[i] A solução nebulizadora é constituída por soro e agentes broncodilatadores e corticosteroides, designadamente Atrovent, Ventilan e Pulmicort.
[ii] Maizar Diskus, uma combinação de um broncodilatador com um corticosteroide.
[iii] A asma frequentemente causa apneia do sono.
[iv] Uma situação ocorrida com o filho há bastantes anos, revelou um nível de stresse emocional de valor 9.
[v] Os homens que têm procurado a nossa ajuda de um modo geral apresentam disfunções sexuais: ausência de líbido, impotência e ejaculação precoce. Não é esse o motivo que os leva a procurar ajuda, mas quase sempre acabam por dar testemunho de terem recuperado uma vida sexual satisfatória. Em certos casos recuperam uma capacidade de desempenho sexual que já não conheciam há muitos anos.
[vi] É necessário explicitar o sentido de vitimização neste contexto. Não nos referimos à atitude de alguém que se faz de vítima sem o ser. Certamente que quem foi alvo de actos de crueldade e injustiça foi vítima de quem praticou tais actos. A vítima muito provavelmente fica com sequelas, por ventura graves, que afectam a sua saúde e a sua forma de estar e olhar a vida. Mas a vítima que daí em diante sempre se vê como vítima, hipoteca a sua vida a tais acontecimentos e pessoas. Essa pessoa tende a apresentar-se aos outros como vítima, falando da sua doença e do seu sofrimento, bem como dos factos e pessoas que são a causa dos mesmos. É esta visão de si próprio como vítima e de se dar a conhecer aos outros como vítima que designamos vitimização. Enquanto a pessoa permanecer neste estádio, jamais conseguirá tornar-se um agente construtor da sua própria cura e da sua alegria de viver. As pessoas que nos chegam frequentemente apresentam-se assim, estando aí a primeira transformação que os Códigos de Cura realizam.

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